E "prontos"!

Fiz birra e também criei um blog.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

AS MINHA CRIAS

Eu tenho dois filhos - um bebé de 2 anos e uma menina com 9.
São fruto de duas relações diferentes, muito desejados pelos pais mas, para mim que nunca quis ter filhos, nunca fizeram parte dos meus planos.
Ambos foram obra de descuido, interacções medicamentosas e esquecimentos. Ou melhor ambos foram fruto de um desejo desenfreado e potenciado por certos factos que me fizeram esquecer todas as precauções.
Após confirmado o facto equacionei - e não deixei ninguém interferir na minha decisão, nem sequer os pais que já pulavam de alegria - se iria para a frente com a gravidez ou não. Mas, e embora não seja contra o aborto, fui incapaz de o fazer, porque de alguma forma já os sentia, já estava ligada a eles.
Como se tivesse sido um castigo por não a querer ter logo, a minha filha levou três dias a nascer. Parto induzido, muito sofrimento, dores que eu pensei que em tempo algum iria suportar e, por fim já quase sem forças pu-la cá fora e senti aquela coisa minúscula cheia de vida em cima de mim e senti-me ligada a ela para sempre. Amei-a desde o primeiro momento com um amor incondicional uma amor que é bom mas que ao mesmo tempo me faz sofrer só de imaginar que algo lhe possa acontecer. È a minha Princesa!
Sete anos depois veio o meu filho, exactamente da mesma forma - tudo se repete - passei a gravidez com medo de não o conseguir amar porque o amor que eu sentia pela irmã era tão forte tão diferente de todos os amores que já me haviam sido mostrados, que eu achava impossível voltar a amar assim. Com ele o castigo não foi tão duro, foram só 18 horas, sempre com dores lancinantes, muito mais fortes do que as que havia sentido com a irmã mas por muito menos tempo.
E, quando ele nasceu, lá voltei a sentir aquele amor avassalador, incondicional. Lembro-me que na sua primeira hora de vida ele tocava com os seus dedinhos os meus, e tocava na minha mão e queria parecer conhecer-me através do toque. Ainda agora ele adormece a fazer-me festas nas mãos na cara, sempre a tocar-me.
São lindos os dois, amo-os mais do que tudo e todos na vida. Mas não são amores iguais e, por favor, não me venham dizer que os pais amam os filhos de igual forma porque é mentira.
A minha menina é especial!!!!
Há qualquer coisa que nos liga de uma forma que eu não sei explicar, um elo inquebrável que não tenho com o irmão apesar de também o amar. Digamos que se ficasse agora sem ele provavelmente o sofrimento seria tanto que eu acabaria com a minha vida. Mas, se ficasse sem ela enlouqueceria no mesmo momento e nem a morte eu conseguiria procurar.

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